Mais uma sobrevivência: Primeira semana (-1.7kgs)
quinta-feira, 12 de maio de 2016 // 0 comment(s)

Hoje não estou muito empolgada para escrever, mas queria deixar registrado aqui que consegui seguir a dieta passada pela minha nutricionista por uma semana inteira pela primeira vez. :)

Perdi 1,7kgs nos últimos 7 dias, o que me deixa muito feliz. Confesso que ver o número na balança diminuir a cada dia é um incentivo e tanto, mas o que realmente me deixa cada vez mais satisfeita é sentir que eu sou capaz! Que eu sou capaz de seguir um cardápio, que eu sou capaz de dizer não para um prato de sobremesa, de dizer não para um desejo de comer de madrugada! Sentir que, mesmo em coisas pequenas como essas, estou sendo capaz de ter controle sobre a minha vontade tem me feito sentir uma pessoa mais valorosa.

A sensação de não me sentir mal após uma refeição, seja por peso na consciência, seja por estar cheia demais, tem se mostrado mais deliciosa do que devorar uma pizza inteira, ou qualquer loucura que eu teria feito normalmente na minha rotina. E sinto que quanto mais eu exercito esse "músculo" da força de vontade, mais resistente ele fica e cada vez mais o sacrifício de dizer "não" aos meus desejos diminui. Espero que eu seja capaz de continuar mantendo esse mesmo entusiasmo. :) 

Na minha primeira postagem após reviver esse blog, escrevi que ia buscar ajuda psicológica e fiz isso! Segunda-feira fui à minha primeira consulta e foi bem bacana. Claro que terapia é algo que demora um tempo. No início ela vai ter que ir me conhecendo, pra só depois entender o porquê me comporto de determinada maneira e como me ajudar. Mas, sentir que eu já dei o primeiro passo também me faz muito feliz. Têm outros assuntos que eu quero tratar com ela, também, então ao longo desse ano espero melhorar mais como pessoa de maneira geral.

Minha psicóloga reforçou comigo a importância do controle: que controle nem sempre é só em "aguentar a vontade de comer um doce que está ali na sua frente", mas também é, por exemplo, evitar trazer para a sua casa coisas que você sabe que terá dificuldade em resistir. Acho que isso é meio óbvio, né? Mas eu vou mais além e volto no assunto do post anterior: controle também é ser capaz de planejar QUANDO e DE QUE FORMA você se dará o "luxo" de sair da dieta sem que isso seja o fim dos tempos.

Eu digo isso porque tenho percebido que uma das coisas que mais me desestimula na dieta é sentir que perdi o controle. Eu tenho a tendência a me punir mentalmente e pensar que não vou ser capaz de retornar, que não vou ser capaz de seguir mais a reeducação deste dia em diante. E normalmente, esse pensamento me sabota. Mas também me dei conta de que quando aquela "jacada" é planejada, eu continuo tão estimulada quanto antes. Se está dentro dos planos que sexta-feira poderei comer fora no almoço, eu sinto que não tem problema. Eu me sinto capaz de abrir aquela exceção e mesmo assim ter a consciência que a minha dieta e força de vontade não estão arruinadas.

Hoje à noite sairei com um grupo de amigos para um restaurante que ainda não conheço aqui em Brasília. Já estou preparada para comer o famoso omelete de lá. E o final de semana está chegando e de novo, saída na sexta e sábado à noite. Tendo todos esses compromissos dentro do meu controle, sei que não vou desanimar depois. ;)

Sobrevivendo ao fim de semana!
segunda-feira, 9 de maio de 2016 // 0 comment(s)

Gente, organização é mesmo a alma do negócio. Escrevo esse diário após sobreviver ao meu primeiro final de semana na vida fazendo escolhas inteligentes e não saindo da dieta. Chego vitoriosa em uma segunda-feira que não é “dia de retornar à dieta”!

Mil joinhas para a dona Débora!!!

 Obrigada, obrigada.

Agora vamos às explicações. Vou logo dizendo que o final de semana pra mim começa na sexta. Na verdade, como estou desempregada, todos os dias são como o fim de semana (“e as motos são como jet skis”), mas para efeito psicológico digamos que saio mais da rotina à partir da sexta feira, pensando OBA JÁ POSSO SER UMA PESSOA LIVRE! 


Acontece que desde o início da semana eu já estava sabendo: sexta à noite seria um aniversário (com sukiyaki, que eu amo!), sábado teria um casamento e domingão, claro, dia das mães.

Eu já tenho para mim que não é possível viver uma vida 100% rigorosa na dieta do fim de semana. Porque senão, ou você vive em uma caverna e nunca mais tem interações sociais, ou você sai por aí com marmitas para seguir exatamente o que você tem que comer no seu papelzinho da nutricionista. Tem gente que faz isso, mas sei lá, né, cada doido com a sua mania. 

Mas isso também não quer dizer que você deva tacar o foda-se sempre que o relógio bate às 18h na sexta-feira. E digo mais: se a fórmula do meu sucesso nesse final de semana for aplicável para todos os outros, eu vou estar pulando de alegria para sempre sem ressaca moral nas segundas-feiras. É o sonho da minha vida. 

Tudo começa com o planejamento. Ser pego de surpresa nunca é legal pra quem tá fazendo dieta, ainda mais quem tem sérios problemas compulsivos que nem eu. Eu já comecei o dia pensando no que seria servido no lugar e quais os meus limites para cada comida. No meu caso, foi bom porque já tinha uma boa ideia de tudo: sukiyaki (que é tipo um yakisoba aguado, pra ser mais sucinta haha) com bolo e docinhos na sexta, coquetel volante com buffet com bolo e docinhos no sábado, festival de massas no domingo para comemorar o dia das mães. E pudim. E brigadeirão. Tudo regado à refrigerante.

Sabendo que eu ia ter essas ocasiões, me esforcei ao máximo para comer direitinho nos outros horários do dia, pra não ter o risco de ver a consciência pesar na hora da fexta. Confesso que nem foi tão sacrificante, tô cada dia mais expert em pensar em maneiras criativas de tornar a dieta menos entediante. Depois escrevo sobre isso, vocês verão a magia.

Em segundo lugar, coloquei como objetivo só comer sobremesa em uma das ocasiões. Acho que a coisa que eu mais adoro em sobremesa são tortas. (E docinhos de morango. Gente, docinhos de morangooooooo). Olhando pras opções escolhi o casamento porque sempre tem opções que a gente não pode comer em qualquer lugar, e além disso ainda fiz o planejamento das porções pra não ter risco: comeria uma fatia de bolo e um docinho. :D

Parece besteira, mas vou te contar que saber que eu poderia comer doce no dia seguinte me ajudou pra caramba a segurar a boca quando foi cantado o parabéns no aniversario de sexta. 

Pra todos os lugares eu defini meu cardápio pessoal: uma tigela pequena de sukiyaki tentando não pegar muito macarrão e sim os outros acompanhamentos (carne, brócolis, cogumelo, etc) no aniversário, não beliscar o coquetel volante e apenas fazer um prato no buffet para o casamento (além da sobremesa), e no dia das mães, escolher apenas uma das massas que estivessem lá e servir uma porção pequena, junto com salada.

Percebi que, pra mim, o importante é ter definido o que você vai comer antes mesmo de chegar no lugar. Eu sou o tipo de pessoa que devora tudo com os olhos. Se eu deixar para selecionar depois de olhar o que for servido, eu vou acabar querendo comer um pouquinho de tudo. No casamento, por exemplo, como eu sabia que só jantaria, eu buscava não prestar atenção em quais salgadinhos estavam sendo servidos no coquetel, pra não cair na tentação.


Claro que nem sempre é possível saber com certeza o que será servido em todas as ocasiões da vida. Eu, como tenho imaginação fértil, sempre tento pensar um pouquinho em alguns cenários pra já ir preparando o coração, hehehe. “Se tiver só salgadinho, vou comer x quantidade. Se tiver salgadinho e jantar, vou só jantar. Se estiver com medo de sentir fome, vou fazer um lanche antes de ir”.

Também fiz uma escolha um pouco difícil que era a de só beber água, em vez de refrigerante light ou suco. Muitas vezes a gente pensa “Ah, já que tô comendo fast-food mesmo, qual a diferença de beber uma coca logo?”, mas tô aprendendo aos poucos que são nessas pequenas decisões que a gente consegue fazer uma diferençazinha na balança. Além da água não ter calorias, ficar bebendo constantemente não deixa a gente ficar de estômago vazio, então nos evita de atacar desesperadamente a comida porque ficou com fome e demorou de servir.

Realmente, ninguém nunca falou que fazer dieta e mudar a sua relação com comida seria fácil. Ou, se falou, tava mentindo. Torço muito para que essas coisas que começam como um desafio, tipo esse de planejar, vão se tornando natural e parte da minha vida. Acho que assim eu vou ser muito mais feliz nos meus momentos ~socialights~ porque vou sofrer menos com a ansiedade e focar menos na comida e mais na companhia. E, vou te contar, é muito gostosa a sensação de sair de um compromisso sabendo que você conseguiu conciliar as coisas e não vai querer fazer uma dieta de comer alface pro resto da vida depois de jacar no final de semana.

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Compulsão alimentar, eu?
quinta-feira, 5 de maio de 2016 // 0 comment(s)

Cada dia mais eu tenho chegado à conclusão que existem dois tipos de pessoa com dificuldade para emagrecer: as que comem errado e as que pensam errado (e portanto comem errado também haha). Eu já percebi que me encaixo no segundo grupo.

Já tenho praticamente um pézinho no casamento com a minha nutricionista: é um relacionamento que já tem cinco anos, com várias idas e vindas. A primeira vez que eu fui lá, queria, claro, além de emagrecer, aprender a comer. Ela me passou um cardápio maravilhoso, com uma lista de substituições super vasta, que me fazia sentir que fazer dieta não seria assim um sacrifício tão grande. Isso foi em 2011. De lá pra cá, fui aprendendo as dicas, como era o jeito certo de comer, e nem precisava mais checar no papelzinho quais as porções de comida e pelo quê substituir. Às vezes eu mesma montava meu próprio cardápio.

Eu achava que era uma típica história de sucesso que tem tudo pra sair na revista Tititi, né? “Brasiliense de 23 anos emagrece 300 kgs com reeducação alimentar”. Seria lindo.

Só que não. Voltei lá hoje pela primeira vez em uma pausa de um ano. Ultimamente, tinha até evitado ir porque eu sentia que já sabia de cor e salteado como seria o cardápio. Eu sempre tentava emagrecer um pouco por conta própria antes de ir. Para ser sincera, só resolvi ir agora porque quero começar a praticar exercícios físicos e precisava de orientação para o pré/pós treino.

Engordei 2,5kgs desde o mesmo período um ano atrás. Que maravilha!! Em cinco anos consultando com ela, apenas 2,5kgs a mais é de se alegrar né? Só que na verdade foram 11kgs, ao longo desse tempo todo. Na minha primeira consulta, eu tinha 55kgs, com um percentual de gordura por volta de 30%. Agora estou com 66kgs e com 40% de gordura. Ou seja, além de aumentar o peso na balança, também perdi músculo/ganhei mais gordura. 

Tinha uma super expectativa pra consulta de hoje. Eu já sabia que estaria pior fisicamente, mas estava animada porque agora eu já sei quais são os meus problemas: não consigo seguir dieta no fim de semana, não gosto de exercícios físicos e preciso comer sobremesas todos os dias, dentre outras coisas tipo “se eu saio com pessoas e elas comem, eu preciso comer”. Dessa vez a consulta ia ser diferente! Eu ia sentar lá, falar pra ela tudo o que eu não consigo fazer, tudo o que eu não gosto e o que eu gosto, e nós montaríamos um cardápio ideal que eu seria capaz de seguir, mesmo que emagrecendo devagar. 

Acho que a Sarah pensou “Minha filha, você está fazendo o que aqui, então?!”. Mas aí ela me falou uma coisa diferente: “Você precisa de acompanhamento psicológico”. Fui juntando as pecinhas e tudo fez ainda mais sentido: Oras, se eu sei o que preciso comer, a quantidade, a frequência… Por que mesmo assim eu não consigo emagrecer? Por que eu não consigo seguir? Por que eu não tenho o mínimo de auto-controle? Me falta força de vontade?

Já tive um período que eu queria marcar consulta com a minha nutricionista toda semana. Afinal, eu nunca consegui fazer a dieta que ela passa por um período initerrupto de um mês. A solução lógica deveria ser ir lá toda semana, porque aí eu ia ter motivação toda semana. Ou não? Claro que não, pessoa!! Porque o papel da nutricionista não é te dar apoio moral pra seguir a dieta, é simplesmente te orientar no que você deve comer para atingir seus objetivos. Claro que algumas pessoas se sentem motivadas de ir em uma, mas não é para isso que ela está lá.

O meu problema com a comida é completamente psicológico. Quer ver um exemplo? Fui a uma festinha esse final de semana. Cheguei mais cedo pra ajudar a organizar as coisas e a cada pratinho de doces na mesa, eu beliscava um pouco. Fiquei umas 4h lá arrumando as coisas e beliscando de tudo. Quando chegou a hora da festa em si, eu não estava com um pingo de fome. Mas tinha salgadinho, cachorro quente e comida de festinha! Tem que comer. Eu nem curto muito caldos. Mas tinha caldo verde, caldo de abóbora… Tem que comer. Eu já estava cheia. Mas eles serviram bolo. É doce e é festinha, tem que comer. Resultado? Saí de lá literalmente passando mal de tanto me entupir, mesmo tendo chegado sem estar com a mínima fome. Não tem lógica isso.

Ultimamente tenho evitado situações sociais porque “eu me conheço: quero emagrecer e se eu olhar as comidas gostosas que estarão lá, já sei que vou comer.” E aí, para não me sentir horrível depois por ter comido o que não devia, prefiro nem correr o risco. 

Gente, a minha vida inteira eu estou rodeada de situações assim. É não ter o mínimo de auto controle e comer até passar mal; ou é uma ressaca moral por comer o que não devia, a ponto de querer passar uns três dias só na salada pra compensar. É depois de ficar esses três dias na salada atacar uma promoção do Mc Donalds, porque “afinal, ninguém é de ferro”.

E apesar de tudo isso, eu sei! Eu sei o que é o certo, eu sei que se colocasse em prática os anos de cardápios de reeducação alimentar da minha nutri, eu estaria no meu objetivo há muito tempo. Então por que eu não consigo?

Voltando pra conclusão óbvia do primeiro parágrafo: estou no grupo das pessoas que pensam errado. Esse é um grupo de pessoas que não importa o quão especialistas sejam nos blogs de dieta e vida saudável, nas receitinhas light, nos treinos de academia, não vão conseguir ter uma relação legal com a nutrição do corpo sem ajuda psicológica.

Acho que escrever aqui, desabafar e compartilhar as minhas dificuldades pode me ajudar no meu mais novo desafio que é emagrecer mudando meu jeito de pensar e a minha relação com a comida. Claro que além disso, decidi buscar ajuda profissional. Não vou mais ficar indo na nutricionista e buscando resultados apenas físicos, mas quero ter um acompanhamento psicológico para me ajudar a superar as barreiras que me impedem de ser feliz comendo da maneira certa.

De uma coisa eu não tenho dúvidas: apesar de estar muito longe do ideal fisicamente, o que eu preciso transformar com urgência é a minha mente, não o meu corpo.

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